
Quando o mercado de trabalho não está muito favorável, como nos momentos de crise ou desaceleração das atividades econômicas, é comum um executivo aceitar um posto menor em relação às suas respectativas, mas afinal, é uma boa ideia?
A resposta para essa pergunta é não, não é uma boa ideia, tanto para o profissional quanto para a organização que o contrata.
Para o profissional, o primeiro risco é em relação à autoestima. Ele pode ficar deprimido ou decepcionado consigo mesmo por acreditar que não tem capacidade para encontrar algo melhor no mercado – alguns chegam a duvidar da própria competência. Outros logo ficam insatisfeitos no trabalho, acham que não pensaram direito antes de aceitar a vaga e podem sucumbir-se à apatia.
Quando o profissional aproveita a possível oferta de trabalho, ele tem a confiança de que será uma fase temporária e que logo conseguirá uma oportunidade melhor, na empresa ou mesmo fora dela. Mas ele deve pensar muito antes de tomar essa decisão para não incorrer em erro de cálculo que possa comprometer a sua carreira.
O executivo que aceita essa situação pode encontrar na empresa outros profissionais qualificados e competentes, com experiência e anos de casa, o que atrapalhará seus planos de conquistar uma promoção a curto ou médio prazo. Assim, ele poderá ficar muito tempo numa posição que não lhe traz desafios adequados à sua formação educacional ou habilidades e, pior, com salário que considera incompatível com seu talento. A situação pode piorar com o tempo se o executivo não receber o chamado "beijo do mercado", ou seja, uma proposta vantajosa em outra organização.
De fato, a verdade é que, em certas circunstâncias, o profissional que procura um cargo de diretor deve aceitar uma posição de gerência numa empresa. Isso porque, mais do que a nomenclatura do cargo, o executivo deve levar em consideração os desafios e as oportunidades de crescimento na carreira que a empresa reserva para ele. A reputação da empresa também influencia. É melhor ser diretor de uma das empresas mais admiradas no mercado que vice-presidente de uma organização com atuação menos relevante.
As empresas, no entanto, devem também tomar certos cuidados quando têm a oportunidade de contratar um profissional com qualificação maior para uma posição disponível. Elas não devem cometer o erro de acreditar que vão lucrar ao pagar menos a um profissional que valeria mais no mercado, em situação normal. Essa pretensa economia pode resultar em prejuízo. Insatisfeito, com a autoestima em baixa, o profissional pode não entregar a produtividade que a organização dele espera. Em outros casos, a organização logo perde o profissional, que encontra nova oportunidade no mercado.
A dica é: com a ajuda de consultorias especializadas em transição de carreira, empresas e profissionais podem administrar melhor suas expectativas.
Créditos:
Marcelo Mariaca - Presidente do conselho de sócios da Mariaca e professor da Brazilian Business School.
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